Ouça-me e seu dia será diferente

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Vamos lá não é só...

 Vamos lá, não é só dizer o que se pensa ainda mais quando o que se pensa não é grande novidade e, ao contrário disso, é só o "papagaioamento" de todos aqueles sensos e dizeres e opiniões e ignorâncias e absurdos e catástrofes verbais que se ouve e que se ouve e que se ouve e que se ouve...


Isso digo da mesma forma que diria que não adianta ficar no campo das idéias sem transportar tudo aquilo que se pensa de alguma maneira pelo menos, se é que você é um ser capaz, para a prática, embora isso seja tentador.È que é muito desgastante ficar ouvindo os tais elogios a sinceridade, e estou cansado deles. E eles vem das formas mais variadas: "Você viu, fulano rasgou o verbo!" "Me desculpa se te magoou mas è assim que eu penso." "Me desculpe se fui duro mas...”, etc. Vem das formas mais hipócritas possíveis. Mas porque digo isso, você deve estar se perguntando. É simples.



 
Esse discurso vem sendo instrumentalizado, de forma massiva e ilimitada, politicamente para defender as idéias mais ultradireitistas possíveis. Você lê um jornal, assiste à um vídeo no youtube (que aliás esta cheio desses blogueiros estúpidos, alguns deles já viraram caso de polícia federal), assiste à matéria de algum jornal televisivo e lá estão eles, com belos tons de voz, com jeitões de mestre, com poses de filósofo, e até parecem, mas nada passam de meros sofistas.

No caso desses sofistas, pagos para opinarem sobre assuntos, seus diplomas, quando deveriam dar indícios de caráter e de personalidade, acabam deixando claro que a explícita prática de compra de diplomas foi substituída pelo seguinte esquema: uma minora tem acesso ao conhecimento, defendem somente seus interesses, são contratados pela mídia que também é dessa mesma minoria e pronto! Está tudo mantido em poder dessa oligarquia. São jornalistas, escritores, poetas e por aí vai a lista de títulos que se tornam no decorrer apenas ar dentro de seus enormes currículos.


                                    Neste vídeo, o humorista Marcelo Adne satiriza Arnaldo Jabour


 Quanto aos patetas blogueiros do youtube falo com mais tristeza.


 Se existiu e existe um meio de comunicação revolucionário que permitiu a chance de abalar as estruturas concretas e ideológicas do capital (desde o surgimento da mídia escrita não se via isso), e proporcionou talvez o maior índice de democratização do conhecimento, foi o democratização da internet. No momento que isso acontece, mesmo com todos os limites que ela ainda apresenta, volta-se a oportunidade da informação não ficar somente em poder dessa mídia carniceira mas sim, ser socializada entre as camadas mais baixas da sociedade. Mas lá está o braço do sistema.
 São anônimos que tentaram se vender ao máximo mas nem nessa tarefa tiveram êxito. Não conseguindo colaborarem expressando a opinião da mídia, colaboram repetindo os "pierrots" que expressam a opinião da mídia e como o Brasil já possui uma característica fortemente conservadora, lá estão os elogios e admirações exaltando semelhantes discursos.


 Mas a democratização da internet ainda faz parte da fonte da minha esperança para conscientização da sociedade e para o processo de identificação dos trabalhadores com sua classe. Mas mesmo assim, ainda temo que ela seja mais utilizada para fortalecer dogmatismos do que para quebrá-los.


 Talvez não seja possível diversificar os horizontes diante de tantas potestades mas, por enquanto, a tarefa é fazer o bom trabalho, conscientizando e esclarecendo, tentando dizer que “não é bem assim”, quebrando as estruturas conservadoras da sociedade e ampliando mais os caminhos. Mesmo assim confesso que já fico cansado em ter que falar as mesmas coisas, falar sobre o b-a-ba, ter que explicar que "sem-terra não é ladrão" e "grevista não é vagabundo", e sempre ter que voltar ao início da conversa como de praxe acaba acontecendo.