Livro sobre a igreja Bola de Neve e a tentativa de barra-lo

A igreja Bola de Neve surgiu em 2000 sob uma proposta explicitamente lucrativa e de expansão quantitativa. Não é atoa que as táticas do markenting comercial foram utilizadas "a rodo" pelos líderes. Mesmo sendo uma crença  a moda "American way of life" com tolerancias em alguns aspectos como acessórios de beleza ,estilos musicais, etc,todavia, na prática do evangelho, não tem abertura.Continuam fundamentalistas extremos chegando até mesmo a condenar a masturbação.
 Este livro é de Eduardo Meinberg Maranhão, um ex-adepto que detalhou muito bem características como práticas tão religiosamente conservadoras a passo que estratégias de comunicação e mercadológicas tão pós-modernas, típicas do do mundo capitalista globalizado. Até frases em ingles são entoadas e até mesmo o logotipo original revela uma delas.

 O que me chamou a atenção também foi a lembrança que me veio a mente, logo após ler o tema do livro, com o tema de um grande filme que mostrou ser possível uma seita facista se levantar em plenos dias atuais. Já viram este filme?

 

 Este fantástico filme alemão visa analisar os mecanismos psicológicos utilizados pelo facismo mostrando na prática apontamentos muito bem explicados pelo psicanalista Wilhelm Reich no livro "Psicologia de Massas do Facismo". O filme começa pela questão da supressão do indivíduo até a rejeição a quem não participa do grupo ou não pensa como ele. Qualquer semelhança também com as religiões é mera conhecidencia, rsrs.
 O livro parece explicar bem o funcionamento dos tentáculos da Bola de Neve mas já vejo de ante-mão não me surpreender ao ler visto que os "Bolados" nunca me surpreenderam em nada desde quando ouvi falar deles através de uma reportagem do Gugu em 2001. Se tem Teologia da Prosperidade, se tem fundamentalismo bíblico ou conservadorisno moral, pode andar até pelado que não vai me arrancar impressão alguma.
 Mas um outro ponto interessante é que essa história do "veto a bibliografias não autorizadas" foi utilizado pela advogada da Igreja para barrar a comercialização dos livros. Por mais que Caetano e Chico tenham boas intenções, estão contribuindo mais com embargos para a ampliação intelectual da história do que com qualquer coisa. Ainda mais quando o interesse é de nível público e de caráter esclarecedor como este. Até o jair Bolsonaro elogiou a posição dos Artistas. Veja o trecho desta entrevista dada por ele a revista Epoca:
" Dou-lhes boas-vindas. Concordo com Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil que a censura é necessária. Aproveitarei a oportunidade para mostrar a eles que regras e proibições não atentam contra a democracia. Não é bem assim que a banda toca quando se defende a tese do “é proibido proibir”, como eles pregavam quando estavam na oposição. Uma censura se faz necessária"
 Pelo amor de Deus cara, se o Caetano sendo , como ele mesmo já se definiu, um "liberal de extrema-esquerda", ler este texto e não fazer ao menos uma auto-crítica que seja, pode dar as mãos com o Jair e negar toda sua história de arte engajada e libertária. Chico então, nem se fala.
 

Fontes:

http://religiosamente.blogfolha.uol.com.br/2013/11/18/bola-de-neve/

Frases

 As forças armadas exercem na sociedade um caráter parcial de classe reprimindo lutas e barrando avanços sociais. Tivemos inumeros casos de países no século passado que tiveram governos justos que caminhavam em direção ao socialismo, golpeados pelo Exército a serviço das classes dominantes. Somente dos mais de 20 países que integram a America Latina, 11 deles sofreram golpes militares. Isso pra não falar do avanço do facismo na Europa.  E bom relembrar esta frase de um recém chegado a alçada de Capitão que não aguenta mais servir as estruturas conservadoras do exército:

"Eu vim servir ao Exército pensando que o Exército estava servindo ao povo, mas quando o povo grita por seus direitos é reprimido. Aqui o Exército defende os monopólios, os latifundiários, a burguesia. O povo é sempre reprimido. Esse Exército é podre e eu não aguento mais..."
                                                                               (Carlos Lamarca)