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terça-feira, 17 de março de 2015

Resumo do 15/03

 Vários ataques ao governo culpando os "microscópicos" benefícios, mas nenhum culpando o montante de perversidades cometidas por um partido falido no que se propunha a ser 30 anos atrás. Muitos ataques ao bolsa familia, as relações com Cuba e Venezuela, ao fato da Dilma ser mulher e  como sempre nos protestos da direita a democracia leva a culpa.

 Mas nenhum ataque contra os vários "bolsa-empresário", ao financiamento empresarial de campanha, o poder econômico exercido sobre os partidos, as empresas multinacionais e aos cortes de direitos trabalhistas.
 Em uma data especial para a direita golpista, nenhuma bandeira por reforma política, agrária ou urbana, taxação das grandes fortunas, mais investimentos para a educação, saúde ou transporte foi levantada. Imaginem, até mesmo nosso grande Paulo Freire, um pedagogo com um método implementado em países como Suécia, Dinamarca e Noruega, foi atacado por ser marxista!
 Sintetizando, um bando de "asnos" levantando bandeiras excludentes, fazendo um ato despolitizado e reforçando o que há de mais problemático para os problemas políticos: "quando a democracia tem problemas, temos que nos desfazer dela". O que dizer disto senão: "deixem a direita encabeçar a mudança e então teremos a barbárie".
 É preciso tirar o conservadorismo reacionário de cena.
 A esquerda, por se utilizar da lógica, ser racional e costumar "ir à universidade" estudar os problemas, constatar as soluções, depois voltar pra casa e, as vezes, "tentar explicar todo o processo para as pessoas que não trilharam o mesmo caminho", acaba por não se fazer entender, e nessa perde para os ensinamentos mais simplistas do senso comum: "bandido bom é bandido morto", "vai pra Cuba", "tem que ensinar a pescar", entre outros. Ainda mais o Brasil com uma cultura popular riquíssima em ditados e dizeres. Embora por enquanto se acredite que esse foi um movimento somente de classe média e não atraiu os setores mais baixos e pauperizados da sociedade, essa visão se demonstra estar errada. Os protestos do dia 15 conseguiram atrair boa parte da indignação das pessoas.
 A esquerda não deve rebaixar a sua voz (aliás isso seria se diminuir ao tamanho dos reacionários) mas deve repensar seus meios de interlocução com a classe trabalhadora. É certo que a esquerda, seja social-democrata, socialista reformista ou revolucionária não defende o Impeachment visto que não resolveria o problema que é muito mais complexo do que uma simples alternância das mesmas "cartas" no poder. Setores dela defendem uma série de propostas "pra começo de conversa", jamais como solução. Por isso não seria possível a esquerda estar no meio disso aí. Entretanto não pode adotar uma postura passiva e ver os fascistas ocupando as ruas e protagonizando o debate político.
 Por um ato unificado da esquerda que coloque as políticas neoliberais do PT em cheque e arranque, assim como em 2013, estas medidas anti-trabalhistas e contra a população!
 Fora partidos de direita do poder, desde o processo de redemocratização tivemos PMDB, PRN (atual PTC e frações do PTB) PSDB e PT, neoliberais ou conservadores, nenhum partido que seja de fato comprometido com os trabalhadores e contra o empresariado e seus interesses que se colocam acima do bem comum, chegou ao poder até agora.
 Por uma política econômica administrada pelos trabalhadores, os verdadeiros responsáveis por fazer o "mundo girar"! Estes sim devem decidir o que produzir, como produzir e quanto produzir.