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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Insight sobre a Morte - Parte 1


A manhã deste sábado foi surpreendida pela morte da atriz, cantora, humorista e apresentadora Hebe Camargo por resultado de uma parada cardíaca ao se deitar para dormir. Obviamente, o movimento causado em volta deste fato foi e está sendo enorme devido a influência que Hebe tinha entre o meio artístico e televisivo. Mas não quero falar sobre a Hebe ou sobre sua vida.
A morte é um fato, e ela faz parte, até agora, do que poderíamos chamar de mal natural, imprevisível e irremediável onde pode se encontrar plenamente a certeza, em si, cravada. Ela existe e não apenas em um sentido, está se manifestando de várias formas, no entanto, ela não é apenas um fato em si. Ela possui um corpo, uma estrutura, uma capacidade extra que faz com que os homens sejam atingidos por ela sem necessariamente experimenta-la simplesmente como um fato em si. Este acaba sendo o principal meio pelo qual a morte nos toca até porque, ninguém fica sabendo que morreu.
Lembro-me da primeira experiência com a morte onde morreu alguém parente de uma família vizinha. Tinha aproximadamente três anos de idade e observava ela deitada ao caixão enquanto um amigo, já grande, chorava arrastado ao caixão de maneira agonizante. Obviamente, não entendia a cena e ficava tentando perceber o que se passava ali.
Não muito distante, lembro-me também da primeira experiência com a morte onde senti a tristeza e a melancolia de entender o que ela significava. Diria que esta é a primeira manifestação da morte onde ela te toca indiretamente, sem dúvida, a forma mais dolorida. Foi esta manifestação que fez Jesus resuscitar Lázaro. Basta estudar toda a passagem desde o capítulo 11 onde claramente a morte de Lazaro, para Jesus, não representava mal nem incomodo algum até quando ele chega até Maria, irmã de Lázaro, e a vê em prantos. O texto no hebraico descreve sentimento de revolta em Jesus ao se deparar com essa sensação.


Mamãe poucas vezes tinha contato com a família na Bahia, pois morávamos em São Paulo e como não tinhamos telefone, tenho a imagem até hoje dela recebendo cartas e as abrindo com expectativa. Naquele período acabávamos de voltar de lá e me lembrava bem da aparência de meus avós e tios me carregando nos rios e andando de caminhão com muito refrigerante debaixo de um sol quente.
Não esqueço a imagem:

"Mamãe sentada em frente ao armário da cozinha abrindo com expectativa o envelope branco de margem com listas diagonais amarelas e verdes e lendo com voz presa que um dos meus tios havia sido atropelado em cidade distante da família e falecido na mesma hora. Desabou em choros na minha frente".

É até difícil explicar a sensação que, pela primeira vez na vida, senti. Estava tocando uma música no radio bem na hora. Durante muitos anos ainda na infância chorava ao ouvi-la.

Pasmem, mas a música que tocava no rádio velho em cima do armário era esta:



                                                                                                        continua...

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