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segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Insight sobre a Morte - Parte 2
O interessante é que a partir desse momento, a intenção da morte é instalar uma contagem regressiva no indivíduo onde cada experiência com a morte é um despertador para saber que ela virá. À partir daí se inicia uma outra manifestação da morte: "O amor pela vida".
O autor do livro de Hebreus nos escreve o seguinte (preste bem atenção):
" E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão". ( Hebreus 2:14,15)
O autor de antemão pressupõe a existência de um "Império da Morte", ou seja, aquilo que disse mais acima sobre a capacidade extra que a morte tem de nos açoitar, e depois conclui afirmando o fato de por toda a vida estar sujeito a escravidão por causa do medo da morte. Isso é muito forte.
A fobia da morte é a única coisa que tem o poder de escravizar os indivíduos de forma avassaladora. Ela sumariamente utiliza como combustível o egoísmo e faz com que o indivíduo vá atingindo o estado de único, afinal de contas, para ele só existe ele mesmo. À partir daí surge como processo algo que faz o indivíduo, egoísta e no auge do seu individualismo, aumentar e aperfeiçoar seus prazeres contra tudo, tomando o espaço de todos, procurando em tudo uma competição para que ele possa se sobressair, não pensando mais em dividir ou compartilhar, se torna um sujeito absurdamente insuportável e pior, chamando tudo isso de "amor pela vida". Basicamente agora tudo que ele faz não é em razão do "amor pela vida" mas sim do "amor pela sua vida".
O indivíduo que tem "amor pela vida" ja que vida significa tudo que existe, não submete ninguém à seus caprichos e desejos, não comete desmatamento, não pratica sexo em detrimento do outro, não explora, não coloca o bem estar social abaixo do lucro e, ao contrário disso, passar à viver e lutar por tudo o que se chama vida. Na verdade, isso que ele chama de "amor pela vida" no fim das contas é apenas fobia da morte.
O que está encravado dentro dele, dentre outros motivos, é o mesquinho pensamento de que se a morte é o fim de tudo, então pra quê se preocupar com as coisas gerais da existência . Você deve estar pensando que estou falando de transcendentalidade e não está errado. Mas não estou falando só dela.
O Ateu, mesmo não acreditando em vida após a morte ou qualquer plano que exista para além da vida, também não precisa ver a morte com o fim de tudo, mesmo que apenas no plano material.
É histórico que proporções e dimensões tomadas em movimentos sociais após a morte de algum líder mais aumentam do que o contrário.
continua...
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