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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O grupo dos "Cheira Gengiva"


O nome parece ser engraçado mas, pelo contrário, reflete a triste realidade de consciência política que se assenta no nosso país e não digo isso tomando como ponto de partida o voto.

O voto é apenas o término do ciclo que se inicia na ação política direta dos indivíduos, esta que é o principal e mais importante meio pelo qual se muda alguma coisa no sistema, na política e, em fim, na vida, afinal de contas, nós já sabemos que o que garante o mínimo de garantia de sobrevivência à população são conquistas pagas a custo direto dos indivíduos. Jamais houve algum direito concedido gratuitamente aos trabalhadores por algum político que se propague como messias redentor dos pobres. Poderíamos, apenas para dar alguns exemplos, começar por alguns direitos básicos que o trabalhador, se não tivesse, não sobreviveria, como o direito à férias conquistado à base de greves pelo mundo afora e o 13° salário conquistado legalmente aqui no Brasil pela greve geral de 5 de julho de 1962.

A ação direta e, necessariamente, através dela é que se revela o nível de consciência de uma sociedade engajada e comprometida com suas próprias necessidades. Mas não é assim que o sistema capitalista impulsiona as pessoas à pensarem e, à partir daí é que o voto é visto como o único instrumento de manifestação política. Isso interessa, obviamente, ás elites pois não tem que lhe dar com problemas referentes à ordem que querem manter. Mas até no voto fez-se perder o senso ideológico. Certa vez, ao ser questionado por que entrara para o PSB, que na época ainda era de esquerda, Tim Maia disse o seguinte: "O Brasil é o único País em que além de puta gozar, cafetão sentir ciúmes e traficante ser viciado, o pobre é de direita". Essa declaração expressa a verdade quando o que temos é "crise ideológica".

Essa crise se mostra primeiro na ausência das ações. Passa pelas opiniões mais burras, por exemplo hostilizando algum movimento social, seja ele estudantil, operário ou agrário, e quando chega nas urnas se concretiza e se completa na única maneira que a sociedade tem para exercer política. E é aí que a coisa continua feia pois não há polaridades ideológicas.

O que vemos de polaridade é entre o sujo e o mal lavado pois pense se há algum tipo de diferença entre o PT e o PSBD. Não tem ou, aliás, tem. É que o PSDB faz "privatizações" e o PT faz "concessões" de 25 anos. Vai toma no *!

Ou seja, o que temos são dois partidos que se revezam no poder graças à um eleitorado que "se não "tá" na barba do Lula, "tá" no bico do tucano", mas tem que cheirar uma gengiva.

Esse grupinho do ioiô pode ser caracterizado por alguns aspectos. Votam por interesses específicos e imediatistas não analisando a proposta geral mas sim o que lhes interessa e ainda tenho de dizer o que já ouvi de motivos para não votar em alguém como, por exemplo, o jeito de falar, a cor da camisa e até o penteado do cabelo. Também não gostam de falar em política e obviamente, este é o motivo por estarem tomando as piores decisões políticas possíveis. Mas temos que lembrar de quem é a culpa disso tudo.
A culpa não é deste eleitorado, ele é só o reflexo. Antes dele vem os próprios partidos, principalmente os que eram de esquerda, que destruíram qualquer ideia com relação ao socialismo e deram um salto enorme à direita. É óbvio que isso deixou muitas pessoas desacreditadas ou então não viram mais uma alternativa real ás suas expectativas.

O resultado é essa crise ideológica. Daí a gente já conhece o panorama e eu não preciso falar.



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